Nesse Domingo marquei de me encontrar no Centro. Cheguei no horário certo e, com meu comportamento, fiz bonito. Tratei de dar toda atenção a mim durante todo o passeio. Observei minha relação com esse urbano mundo metropolitano; e cabei por descobrir que não gosto tanto de estar ali.
Não sei como explicar, mas olhei para coisas que antes não reparava. Nunca vi lugar para ter tanto ladrão, usuário de droga e morador de rua. Sem falar do cheiro de urina por todo o lugar. Embora todos cidadãos, sem querer sujam as ruas e poluem mais o ar.
Estava com a mente saturada. Eu tive que urgentemente procurar um lugar limpo para comer e descansar. Foi quando avistei o shopping Light. Dirigi-me ao quinto andar, sentei-me e pedi uma refeição. Enquanto aguardava, olhava ao redor e pensava: até o shopping daqui é esquisito. Não existem cores no Centro, e os que querem colorir, não colorem, urbanizam. É um simples preto e brando que forma a escória da sociedade.
Depois da refeição, veio-me uma vontade enorme de agradecer... Meu destino para noite era um lugar do Centro chamado Jam Olido. Evento musical, da cena Hip hop e Charme, que abre espaço a coletividade para o lazer e cultura todo primeiro domingo do mês.
Localizado na República, o ambiente é a Galeria Olido. Um salão moderno e com paredes de vidro, feito de modo estratégico para quem estiver de fora ver o panorama da festa. A atração, mesmo sendo gratuita, não possui publico grande. Só participa quem realmente gosta de dançar musica Black, Disco, entre outros.
Durante a volta, passei em frente a uma igreja. Saíram pela sua porta uma família. As crianças cantavam um musica gospel bem familiar. Lembrei de quando ia à igreja também. Lembrei da confiança que carregava comigo. A confiança de que nunca estaria só e de que nada daria errado. Se depois de um tempo você deixar de acreditar naquilo que desde a data de seu nascimento ensinavam-lhe, é certo que em algum momento futuro sentirá falta daquela fé.
Mas não sinto essa falta por que receio o imprevisto. Já passei por situações de perigo e não me apoiei em segurança espiritual alguma. Só queria alguém para agradecer. Se Deus existe ou não, ele foi o único que, naquela noite olhando para aquele lugar, eu encontrei.