Herança genética é algo tão indefinido na transmissão, na forma, na semelhança. A sucessão hereditária não diz nada quanto ao que esperamos como sucesso. Várias famílias marginais herdeiras de grande sabedoria e elegância precedentes. Nossos antepassados foram apenas um ponto na reta ondulada que a vida se forma quando se cruza.
Da flor ao Chorume retrata meu lado literário e retrógrado pela confusa intenção de se autojustificar, traduzindo e condensando minhas opiniões filosóficas e comportamentais a fortes palavras de fúria e de alucinação. Deve ser triste demais precisar e não ter ninguém com quem contar. Entre o passado e o futuro há o presente. Entre o chorume e a flor, uma esperança.
5 de outubro de 2018
A Última Carta
Sensação estranha saber que amanhã não estarei mais aqui. Ao lado dos impugnados, perceber destinos opostos, mas dores iguais. Ao crime e a vida minha poesia. Pois há um mundo em cada pedaço. Se aos avessos outros mundos não o nosso, o nosso é mundo como os outros do contrário não me oponho. O caminhão passou e a poeira subiu, constelações eu respirei e nos tecidos pulmonares estrelas engoli. Pedras preciosas, ouro, água, gás, se fundiram a minha carne e como um furacão eu as repeli sofrendo a dor da repressão. No catarro e na lágrima expressões de uma cultura. Na matemática e nos mitos segredos escondidos. Mas na hora fatal, todas as verdades girando na boca do estômago. Entre algemas e crachás, paz, justiça e liberdade. A literatura brasileira por muito tempo em meus olhos refletiu. Eu vou, mas a cultura fica. Por sorte, bem como o sol nasce, o futuro acresce.
Assinar:
Postagens (Atom)