Evidentemente fomenta-se emoções com a produção e o cinema. O que se procura não é exatamente o retorno financeiro arrecadado de bilheterias.
Talvez o lucro presumido seja a pauta de investidores, do ministério da cultura, dos banqueiros, dos atores e atrizes pouco empenhados com a arte.
Busca-se a lágrima do sujeito. Busca-se o desconcerto dos aplausos da plateia. Busca-se a insuficiência de comentários. Pois que não se haja palavras, nem para discutir, nem para elogiar.
Um diretor competente quer a emoção. Quer fazer exatamente como sua intuição o inspira. Exatamente como seus sentidos lhe fazem vibrar.
Se o filme for de ação, irá querer ver o mistério. Se o filme for de terror, irá querer ver o drama. Se o filme for de romance, irá querer ver o suspense. Se o filme for de comédia, irá querer o trágico. Mas se for para falar de guerra, irá querer ver terror.
Sou fascinado pelas animações. Se falar de ficção, é preciso ter a fantasia. Se faltar recursos, usa-se a arte. Se faltar pessoas, usa-se a arte. Se faltar investimentos, usa-se a arte. Se faltar renome, requinte, glamour, usa-se a arte. A criatividade é a maior consagração.
Um diretor busca o que há de mais sofisticado, não pela aceitação nem pela crítica. Diretor não ostenta, mas sensibiliza. Procura-se pela forte impressão. Um diretor busca o encantamento, o silêncio do corpo que por dentro possa como única saída gritar.
Somos violentos com a imaginação. Não basta sermos aclamados. Queremos a cima de tudo nos impactar para impactar o mundo.
O fundamento é amplo, laico, às asas da pluralidade, para que a interpretação não sofra camadas nem limites, mas como uma dor, em todos fluir.