Perguntei ao meu colega de trabalho, muito mais velho e experiente, sobre sua opinião a respeito de um poeta se alimentar da leitura de sua própria poesia. Ele foi extremamente breve respondendo que a esse poeta jamais seria válido outro atributo senão, além de poeta, o de gênio.
Ansioso demais para uma informação pouco precisa, redobrei-me exaustivamente sobre a questão e tomei como base a interpretação do que eu mesmo produzi: A Religião do Inconsciente.
Antes de tudo, vale lembrar que para qualquer texto, a justificativa pode estar tanto no titulo quanto no corpo. Mas ao superar tal compreensão, ainda assim resta árdua a intenção de interpretar.
Talvez o poeta que se alimente da leitura de sua própria poesia seja também o mesmo que assista seus próprios videos, veja suas próprias fotos, caminhe sozinho pelos mesmos lugares. Um sujeito que seja apaixonado pela sua própria palavra.
E como não se apaixonar pela frase: "O futuro nos incomoda, nos afugenta." E o que dizer sobre: "A esmola é a contribuição para o bom senso da nossa consciência.". e se envaidecer ao ler que "A pura bondade é a maior preguiça da alma." porque temos uma fé inexplicável de que se formos mentirosos e falsificarmos nossas intenções teremos na vida e depois dela um bom lugar.