3 de julho de 2019

Centelha

Ontem resolvi raspar no Parque Ibirapuera para jogar hóquei e por sorte, dois jogadores da seleção da Colômbia (senão falha-me a memória) participaram. O que aconteceu? Não entendi. Cara, jogar hóquei não é como jogar futebol ou xadrez. Não é como jogar videogame ou na lotérica. A sensação é do tipo como se você estivesse em outra civilização. Não falo de turismo, falo de sonhos. A sensação é como se você estivesse presente as pessoas mais importantes do mundo e, como sendo alguém competitivo, tivesse também a sua posição considerável. É como se você fosse um pseudomilitar a serviço segredo da sua própria mente. O que eu quero dizer é que ao jogar hóquei você sente-se dentro de uma vivacidade transcendental? Uma experiência física que proporciona produção de adrenalina suficiente para causar novas impressões. Um dos jogos mais rápidos do mundo. Um exercício físico praticamente impossível a luz do corpo humano e pior, que você sabe que é e que faz. Como se você fosse a vida inteira pobre e de repente se visse rico? Como se você a vida inteira fosse surdo e de repente escutasse? Jogar hóquei é como ter novos braços, novas pernas e total disposição. Para resumir, mesmo depois de adulto, você sente-se novamente criança, mas uma criança especial, uma criança que realizou o sonho de fazer algo que só os adultos seriam capazes de fazer. ROLLERSKATING 🏒

Desconfortável Quotidiano

     Como é triste querer dormir, mas não acordar. Levanta-se quando o dia já é tarde. O sol do almoço desperta ainda mais o desânimo de um sonho encerrado e revela a possibilidade de só mais um desconfortável quotidiano.

A Gratidão sendo Observada

Só quando estamos perto da morte é que conseguimos entender a importância da humildade. O dilema é que ao praticarmos o exercício da compreensão, adquirimos também novas e elevadas experiências sociais. Reconhecemos a dificuldade de partilhar. Os desafios e desabonos ao lidar com o humano e a sua moralidade. A consciência fica, mas a fadiga impera. Surge aí o momento que mais trabalharemos pelo próprio bem-estar e com convicção. Surge aí a necessidade de sermos melhores e independentes, sem ser insensíveis. Seremos sujeitos de conduta fortemente controlada. E não demora muito tempo para que no lugar da morte venha um vazio a nossa mente. Quando antes carregada de certezas, arruína em depressão e inexistência. Apesar disso, ainda assim descobrimos outras possibilidades de se viver em sociedade. O quanto é negativo ser apenas indivíduo. O quanto é ingrato não querer ajuda para não ter que ajudar. Mas como se poderia imaginar que a felicidade está relacionada com a gratidão?

Rato Morto

    As análises e terapias corporais servem para quem tem condições financeiras de comprar informações egoístas ou manipular em alguma medida a individualidade do ser, da personalidade, da consciência. Quem sofre na solidão interior todos os problemas, passa pelo trabalho filosófico não de se auto afirmar como indivíduo dignamente independente, mas humano, totalmente dependente e óbvio, vivo para morrer. Quem sofre sem artifícios aprende da pior maneira a refletir não somente sobre si no mundo, mas principalmente no mundo em si, portanto, é dessa forma fria e aguda que aprendemos a amar. O ego é uma casca moldada ao nosso ser para o mundo ver. É um rato morto dentro da nossa boca. O ego é o nosso controle desnecessário pra quem somos, porém, essencial para quem não somos. Essencial para pensar no outro. É uma saída desumana pagar para treinar a mente afim de se salvar. Um erro cruel aprender a se desapegar, pois no fim o que sobra é poder, poder de se adoecer para se curar, de se machucar para se tratar, de não cair pendurado-se nas diversas muletas contra o lodo e os cacos da mais pura realidade. Não se mistura, não se cria anticorpos, não se sensibiliza, não se aprende a perdoar, a errar e admitir. O mundo e a mente estão sempre desgovernados e não há responsabilidade por nada. Desapega-se do que é certo ou errado: um suicídio da vontade de amar. Nada melhor do que você mesmo aprender. Cuspir o rato da boca nos torna especial o bastante para viver sozinho e feliz. Quem faz terapia, faz velório vivo.