Da flor ao Chorume retrata meu lado literário e retrógrado pela confusa intenção de se autojustificar, traduzindo e condensando minhas opiniões filosóficas e comportamentais a fortes palavras de fúria e de alucinação. Deve ser triste demais precisar e não ter ninguém com quem contar. Entre o passado e o futuro há o presente. Entre o chorume e a flor, uma esperança.
27 de fevereiro de 2019
Diante de incontáveis momentos bons, um ou outro destaca-se ruim e cintilante, como uma única ferida num corpo inteiro. Nem todos os relacionamentos terminam por que foram péssimos. Alguns são tão bons que se torna necessário inventar um pretexto para dar um fim na desordem e comodidade que é ser feliz.
Já fui cobrado por boas notas então busquei maiores resultados. Já fui constrangido por ser feio e radicalmente me transformei. Já fui humilhado por ser fraco e meu desafio hoje é erguer meu corpo numa barra. Já fui cobrado por maiores salários e desesperadamente tentei melhorar. Na patinação me julgaram idiota e na poesia fui considerado um louco. Agora o que eu mais queria era alguém para me desafiar na filosofia e na matemática. Juro que eu caso na balada com alianças.
Aclamada Loucura
Houve uma época em que me matava para construir uma historia onde as pessoas de uma determinada sociedade perdiam seu libido. Até hoje não consegui concluir nem o enredo. Já a imaginação de alguns autores é tão maravilhosa que eles não se limitam em criar uma história rica e bem construída. Eles também desenvolvem universos inteiros mano, com informações geográficas, povos e histórias elaboradas sobre tais lugares, eu fico pensando que droga essa galera usa (rsrs). A Utopia de Thomas More, por exemplo, descreve uma sociedade fictícia numa ilha do Oceano Atlântico. Um lugar com um sistema político, social e jurídico perfeitos. Todo o conceito fantasioso de Utopia tornou-se um termo usado tanto na literatura, como na política internacional para descrever um ideal perfeito, mas pouco realista, impossível de ser atingido. Lembro também do País das Maravilhas, um mundo de sonhos, estranho e louco, em que Alice chega após cair num buraco de coelho. Os animais são como pessoas, falam, tomam chá, fazem festa, etc. O tempo e o tamanho físico são relativos. A magia e a loucura estão presentes por toda parte. Nesse mundo, há um reino de cartas de baralho, onde a Rainha de Copas tem como bordão a frase “Cortem-lhe as cabeças”. O País das Maravilhas é uma metáfora de um mundo só visto através dos olhos de uma criança. O que dizer de Nárnia? Um mundo de fantasia, que tem outros lugares como a Arquelândia, Cair Paravel, Ermo do Lampião, a Calormânia, a Charneca de Ettin, o Grande Deserto, Telmar, os Campos Agrestes do Norte, e os Campos Ocidentais. Esse lugar, criado pelo leão Aslan, tem magia, animais falantes e criaturas mitológicas. O país é plano e é o sol que circula o mundo, ao contrário do que acontece na Terra. O oceano tem água doce e o céu encontra o mar no limitar. Além disso, o tempo por lá passa muito mais rápido: 1 ano no nosso mundo corresponde à 1300 anos de lá. Eu poderia ficar aqui falando e falando, O Fantástico Mágico de Oz, A Terra Média, Senhor dos Anais, Harry Potter... Ontem comentei com uma amiga sobre criar uma historia de crime e violência ocorridos num parque urbano e ela me chamou de louco. Só gostaria agora de saber como ser um louco aclamado.
Esse papo de que a vida é feita de escolhas vai muito mais além. Parece possível escolher até nosso estado psicológico. Creio que a visão sobre os fatos seja embasada pela opinião que concedemos. Confere outro ditado quando dizemos que "as palavras têm força". O que se diz, se escuta e a voz passa ser a regra. Talvez quando falamos que tudo ficará bem, acreditaremos que ficará. Precisamos escolher. Precisamos decidir e definir nossas sensações. As sensações são como uma sala cirúrgica. Somos os médicos das nossas operações emocionais. Podemos colocar um som de rock e fazer tudo sem medo, como podemos ficar em silêncio e deixar o pânico dominar a situação. Podemos nos preocupar com tudo, como podemos nos preocupar com nada. Podemos desistir, podemos até diante de tudo nos matar. Quando uma cirurgia começa, podemos concluir uma coisa: o pior já passou, agora é tudo ou nada.
Deixem os suicidas em paz
Nem todas as doenças tem seu princípio na mente, mas todas acarretam tristeza. Além da dor, o mal estar emocional, a decepção, o desgosto e a impressão de morrer são praticamente as situações que nos levam com urgência a absurda necessidade de se curar. Existem evidências psicossomáticas que defendem que os primeiros tratamentos devem ser direcionados a obtenção de prazer, o que não parece novidade. Os remédios, as drogas, os entorpecentes, o álcool, o cigarro, os alimentos, as vacinas, as viagens e os relacionamentos são soluções para as dores. Como dizia Arthur Schopenhauer, viver é sofrer. Sofremos por tudo. Conseguimos sofrer até com a alegria dos outros. Conseguimos sofrer sem se dar conta que as alegrias são conquistas alheias. Somos tão incapazes que criamos discriminação aos loucos, aos usuários, aos suicidas, aos viciados, as(os) abortivas(os), aos fanáticos, aos insanos. Somos invejosos. Não suportamos ver alguém sorrindo. Queremos limitar a felicidade por perceber que ela é difícil de se alcançar. Não adianta der dinheiro, pois a fé é a cura. É preciso coragem para ser feliz, e existem pessoas que não tem coragem para nada e deve ser por isso que vivem a se lamentar.
Nesta vida já não quero ter razão. Eu só quero ter amor. Não importa qual o desfecho, se haverá ou não solução, se me afundarei ou não na depressão, eu só quero amar. Não importa se seremos amigos ou amantes, se seremos casados ou inimigos, o importante é que seja por amor. Seja lá como for, ainda que eu termine sozinho, ainda que você comece de novo, ainda que a luz surja para ti e que eu fique isolado na escuridão eu só quero amar. Quero amar você com todas as nuances e formas, como você é e será, o que fará ou deixará, eu só quero amar. Que do meu amor floresça lindas rosas de saudade e que de cada rosa eu me lembre do quanto você foi especial para mim. O amor mais profundo é seguir sem fazer fofoca.
Uma Hipótese para Realidade
A Realidade tem significado nas ciências, nas religiões e nos mitos. A Realidade é facilmente confundida com tempo, com clima, com estética, com espaços. A Realidade já foi sinônimo de natureza, de convicções, de jogos, de energia, de lutas, de luz. Para uns a Realidade é estática, para outros, dinâmica. Para alguns é aprazer, para outros dor. Há quem a considera única, singular e material, bem como é considerado por outros paralela, infinita ou subjetiva. Meu melhor palpite é pessoal: a Realidade é o que há entre o futuro e o passado, é o ponto que corre. A realidade você quem determina, sobre as regras do tempo. O tempo seria a arte de Deus, e o espaço, talvez uma tela.
Liderança do Poder
Um presidente, por exemplo, teria que numa oportunidade se reunir com assessores para tratar sobre questões relativamente gigantescas quando comparadas aos problemas pessoais de cada um. Se por ventura fosse naquela reunião decidido pela ampliação total da justiça gratuita nos estados e na união, a população passaria a ter maiores acessos a defesas, gerando inconscientemente conforto aos que estariam sujeitos a pratica de desvio da ordem. Pois imaginem se fosse fácil ter um defensor público sem enfrentar filas ou burocracias administrativas, avaliações e sujeições a testes da situação econômica para se enquadrarem nos requisitos que concedam os benefícios da gratuidade. Não haveria espera, não haveria estresse e não haveria limites. Todos estariam de alguma forma, assegurados. Na pior das hipóteses, a tentativa de defesa sempre existiria e o receio de atacar cada vez menor. A figura pública que lidera a distribuição orçamentaria depende dessa reflexão se o objetivo for manter a ordem. Enxugar a máquina pública; abrir mercados e livres comércios de exportações e importações; a saúde pública, a educação pública, a segurança pública, o transporte público, o meio ambiente e o espaço agrário, as drogas, as violências, as privatizações, as terceirizações; manipular as politicas econômicas injetando ou não dinheiro, criando ou não emprego, enfim, entre outras decisões politicas, o debate que se constrói é filosoficamente de administração de pessoas. O povo, para ser gerido, depende da disposição racional e reflexiva de quem lidera. Depende da ideologia de quem lidera. Não sabemos do que as pessoas são capazes, somos sempre surpreendidos e os movimentos de massa assustam, as corrupções desanimam, o suspense de ofender e ser ofendido, de agradar e ser agradado, de acordar convicto de que a vida é normal independente da posição que se detém perante o mundo exige mais que determinação, mais que inspiração, mais que coragem. A liderança é o abismo do fracasso.
Não há diferenças de complexidade profissional entre as pessoas. Todas as funções são importantes e necessárias, aliás todas as pessoas são iguais, apesar das "diferenças". Pois é também pela diferença que filosoficamente o mundo padece, aliás a filosofia é sempre uma crítica da desigualdade. A desigualdade é a evolução transgressora.
Não há diferenças de complexidade profissional entre as pessoas. Todas as funções são importantes e necessárias, aliás todas as pessoas são iguais, apesar das "diferenças". Pois é também pela diferença que filosoficamente o mundo padece, aliás a filosofia é sempre uma crítica da desigualdade. A desigualdade é a evolução transgressora.
Da Flor ao Chorume
Da flor ao Chorume retrata meu lado literário e retrógrado pela confusa intenção de se autojustificar, traduzindo e condensando minhas opiniões filosóficas e comportamentais a fortes palavras de fúria e de alucinação. Pois se sabe que tudo acabará um dia ou se perderá na liquidez do tempo, como grandes Deuses que hoje se converteram em lendas ou, emocionantes historias de grandes personalidades, em mitos. Shakespeare, por exemplo, é lembrando por quem ainda se dedica às artes historicamente marcantes, nada além disso. Jesus Cristo morreu pelo capitalismo feroz e todas as religiões cristãs no ocidente manipulam almas perdidas, mas corrupções e hipocrisias no mundo todo estão ai em todos os lugares. As mídias para serem confrontadas pela política ou pelo delírio não nos aprisionam, cabendo a nós estudar para se libertar. Aquilo que meu sorriso ácido e meu humor macabro oculta é denunciado pelas minhas emoções ao escrever sobre os sentimentos do homem e do mundo. Longe da busca por fama e sucesso, o sonho é se sentir vivo e produtivo, seguindo o coração relaxado e a mente aberta ao máximo do limite que der, antes da fatalidade discricionária acontecer. Observações serão feitas, especialmente sobre uma flor ao nascer no caldo de um lixo, para entender que realmente o impossível é uma opinião. Entre carros e casas, moveis e imóveis a circular ou se instalar nas terras exploradas, sobra para alguns um asfalto irregular. As crianças e adolescentes remam em seus brinquedos por pisos esburacados, mas no centro ruas lisas, tapetes de petróleo e areia fina formam um manto a "boa" classe. Na calçada o morador deficiente em situação de rua chora questionando quem poderia lhe ajudar, e eu com minha vida, olhando o contexto, vejo muitos iguais por todos os lados. Não que não seja digno trabalhar e sustentar seu luxo, olhar o mundo e se abster. Onde as doenças e a fome não fazem sentido quando acreditamos que cada um teve suas escolhas e tomou suas decisões. Podemos desejar que para os que pensam assim, jamais caírem em tentação. Deve ser triste demais precisar e não ter ninguém com quem contar. Entre o passado e o futuro há o presente. Entre o chorume e a flor, uma esperança.
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