Um presidente, por exemplo, teria que numa oportunidade se reunir com assessores para tratar sobre questões relativamente gigantescas quando comparadas aos problemas pessoais de cada um. Se por ventura fosse naquela reunião decidido pela ampliação total da justiça gratuita nos estados e na união, a população passaria a ter maiores acessos a defesas, gerando inconscientemente conforto aos que estariam sujeitos a pratica de desvio da ordem. Pois imaginem se fosse fácil ter um defensor público sem enfrentar filas ou burocracias administrativas, avaliações e sujeições a testes da situação econômica para se enquadrarem nos requisitos que concedam os benefícios da gratuidade. Não haveria espera, não haveria estresse e não haveria limites. Todos estariam de alguma forma, assegurados. Na pior das hipóteses, a tentativa de defesa sempre existiria e o receio de atacar cada vez menor. A figura pública que lidera a distribuição orçamentaria depende dessa reflexão se o objetivo for manter a ordem. Enxugar a máquina pública; abrir mercados e livres comércios de exportações e importações; a saúde pública, a educação pública, a segurança pública, o transporte público, o meio ambiente e o espaço agrário, as drogas, as violências, as privatizações, as terceirizações; manipular as politicas econômicas injetando ou não dinheiro, criando ou não emprego, enfim, entre outras decisões politicas, o debate que se constrói é filosoficamente de administração de pessoas. O povo, para ser gerido, depende da disposição racional e reflexiva de quem lidera. Depende da ideologia de quem lidera. Não sabemos do que as pessoas são capazes, somos sempre surpreendidos e os movimentos de massa assustam, as corrupções desanimam, o suspense de ofender e ser ofendido, de agradar e ser agradado, de acordar convicto de que a vida é normal independente da posição que se detém perante o mundo exige mais que determinação, mais que inspiração, mais que coragem. A liderança é o abismo do fracasso.