22 de janeiro de 2015

Tristezas do mundo

           O problema é que eu falo. Minha verdade. Cada qual como pode. Cada qual como quer. Como sente. Sentir é o que se sente, o tempo todo. Para. Pensa. Deseja. Mas não fala. A mente não deixa. Junto, a experiência. Da derrota. De tentar. Se frustrar. Não falamos. Uma questão de vergonha. Mas se você se constringir e se rebelar, prova de que é você quem errou. Só faz barraco quem errou. Quem não erra se amedronta. Desiste. Uma questão de injustiça. O problema é que eu falo. Eu falo o que penso. Alguns não teriam essa coragem. A dor da solidão os impendem. O pânico da represaria os limitam. Nossa consciência não tem culpa. Me ajude a chorar. Não entendo as tristezas do mundo. Claro que cada um faz o que pode. Claro que cada um tem seus defeitos. Claro que por conta de te amar eu sofro. Como a menina ao lembrar do garoto de olhos claros no fundo da sala. O desgosto de vê-lo correr pelo pátio sem percebe-la. O pai que sai do caixa eletrônico com salário no bolso e é surpreendido com um tiro no peito. Quem falará por ele senão talvez os céus retribuindo com lagrima fria, bate na pele e sente na carne. Sentir é o que se sente, o tempo todo. Ódio. Soberba, até mesmo estando errado. Não é fácil errar. Desonra quem achávamos que éramos. Se flagrado na cama com outra e continuar amando, amar mais. Amar melhor e se arrepender do que foi bom. Liberdade ou Justiça?