Todos os domingo, por volta das 19h, a bateria dos curso de economia da PUC ensaiam frente ao bienal do Ibirapuera, a entrada principal. Eu sempre passo perto e devagar. Essas agremiações sempre me encantaram. Vejo um samba que não conheço, não entendo e não imagino, senão, participando, apensar de muito leigo. Fico com desejo de me enturmar, mas com a consciência de que não será igual a pedir para junto fumar narguilé em meio a uma galera. Sei que são contextos diferentes em sua complexidade. Se envolver até seria fácil, mas não seria igual em participar. Sei muito bem que embora o som seja agradável e harmônico, não o faz ser simples de produzir, ao contrário, quando mais bonito mais complicado. Mas sei também que apesar de tudo, um dia terei que enfrentar meus receios, caso realmente eu queira daquele grupo um dia fazer parte. Decidi não ir embora sem falar com alguém dalí. Um amigo resmungo: ta louco! vamos embora! Respondi chamando-o para me acompanhar, que não poderia ficar mais um fds pensando no porquê de não ter ao menos perguntado sobre o funcionamento e as agendas. Retrucou: todo fds vc fala a mesma coisa, então para de ser louco e vamos embora! Fez-me lembrar quando fui chamado de louco ao tentar pintar um quadro pela primeira vez e fico imaginando como seria se eu tivesse acreditado que aquilo era mesmo uma louca. Como seria se eu tivesse acreditado que fazer SENAI na infância fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que começar a fazer academia e trabalhar com 16 anos fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que gastar quinhentos reais em uma bicicleta fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que aprender a andar de patins já com 23 anos fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que tentar ser lutador de Kung Fu já com 19 anos fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que sair de casa fosse uma loucura? Como seria se eu tivesse acreditado que andar de moto, virar na balada, experimentar maconha, conhecer as igrejas cristãs, uma religião afro e uma oriental, estudar administração, psicologia e direito, ser curiosos e tentar não depender de ninguém fosse uma loucura? Agora, como seria se eu acreditasse no meu amigo, que a oportunidade de começar domingo que vem na escolinha de samba fosse uma loucura?