15 de outubro de 2014

O que menos importa é o motivo.

           Anteontem, quando cheguei no trabalho, vi uma estagiária chorando numa baia de atendimento lá no fundo do salão. Reconheci que era uma colega, mas por estar chorando recusei-me aproximar. Aprendi que é fundamental deixar uma mulher chorar. Não adianta acalentar seu desespero. Ofereça um abraço se caso for muito intimo no máximo. Então esperei de longe o showzinho terminar e adivinha o motivo! Sim, homem. Oh meu Deus. Tudo bem vai. O momento pediu compreensão. Ela mesma levantou e foi ao banheiro. Ainda não tinha notado minha presença. Quando volto, ali já não estava, mas sim sentado na cadeira dela. Sem paciência, ela me cumprimentou pedindo para retirar-me. Mulher quando está deprimida não dá crédito ao ouvido de um homem. Não se arrisca a desabafar-se com o sexo aposto, a não ser que este seja um profissional ou um amigo homossexual. Poxa! Que preconceito isso... Ela poderia desaguar-se em mim. Quem sabe não resolveria os problemas dela. (está vendo ai por que mulher não trata intimidades com homens) HAHAHAHA. Brincadeiras à parte, coloquei-me a disposição e por incrível que pareça ela se desabafou. Ótimo! Então começou a vir aquele turbilhão de desaforos. A criatura parecia estar no leito de si mesma, contraindo a própria vida, por conta de uma traição por exemplo, já que a origem era seu namorado. Ou poderia ser sobre planos em que ela não estivesse inclusa, eu deduzi. SQN. Ela chorava por que o namorado não falava com ela a quase dois dias, por volta das 19h. Mas o sofrimento mesmo era querer entender o porquê do desgraçado fazer isso, uma vez que não era a primeira nem a segunda em não responder, em sumir, em manter sigilo. Manoooo. Uma coisa que parece não entrar na cabeça da mulher: não importa motivo, ou, é o que menos importa. Não importa o motivo do sumiço. Não importa a razão do silêncio. Não importa as causas da falta de atenção. As circunstancias que o leva a se calar, a desaparecer; não dar as caras, as satisfações, as notícias, as novidades. Não importa o porquê. Se quisesse faria todas essas coisas. Se quisesse, faria ainda mais. Se o problema fosse nela e ele fosse um HOMEM inteligente, iria perguntar; iria se aproximar; iria fazer tudo o contrário, ou, naturalmente terminaria sem enrolar; sem iludir, sem enganar. Não importa o motivo manoooo. Se quiser vai, vem, diz, fala, envia, recebe, encaminha; não existe desculpas para ausência constante e sem explicação. A única razão, quando só basta querer, é não querer. Quem constantemente deixa de falar não se importa, até o momento em que o outro cansa e se cala. Ai sim o desesperado vai ressurgir querendo explicação. Quando sempre é tarde. Além de entre todos os incômodos, a ausência devotada empobrece e causa desesperança na continuidade do esforço sentimental. Ela seguiu meu conselho e deixou ele brincar. Ontem, me disse que recebeu duas ligações pela manhã e, seguindo minhas instruções, não atendeu. Ele mandou mensagem perguntando o que estava acontecendo. Ela respondeu, seguindo minha dica: muito corrido aqui agora! KKKKKKKKK Homem fica puto com essa afirmação. Passou a tarde toda ligando e mandou mensagens. A noite, ligou e ela respondeu por texto; conversaram um pouco e pela noite o dispensou. O fulano deve ter ficado um veneno. KKKKKKKKK Ela morria de pena. Como mulher é trouxa cara. Hoje, ligou e, segundo ela, mandou mensagem a todo o momento e ela, nada, senão correria! KKKKKKKKKK O fulano ficou maluco e acabou de dizer que precisam marcar de sair e se encontrarem. Ela me perguntou o que fazer. KKKKKKKKKK Justo para mim. Bom, resumindo, ela aceitou, mas no dia e hora que ela decidisse. Conversaram por texto e ele disse estar constrangido por perceber que alguma coisa aconteceu. Sim, realmente, ela deixou de ser idiota e parou de se preocupar com os motivos. Simples!