Acho que sobre o comportamento humano, falando especificamente em psicologia, o que mais me fascina é desvendar, senão desmascarar, as falácias do ser humano. As contradições e as dicotomias que um sujeito é capaz de expor e se impor diante dos seus próprios princípios. A hipocrisia. A dissimulação. O engano que ninguém se exclui. Eu, depois de anos observando as pessoas e seus discursos, conciliando aquilo que vejo com aquilo que ouço, entendi que não existe alguém capaz de escapar das suas próprias fragilidades; essas que infelizmente são inerentes ao ser humano. Não há pessoa no mundo que consiga ser introspectivo o bastante em perceber seu caráter social como dentro de um padrão bom, gentil, nobre e justo. Toda essa implicância se resulta na questão do que é interessante ou não a pessoa que deva perceber. Essa é a equação básica da postura de alguém: quero ou não quero. Movido pelo desejo, esse alguém pode ser capaz de mentir, de fingir, de caluniar, de ser contradizer e de se divergir. Como falei, é tudo uma questão de querer.
Poderia dissecar as divergências nas atitudes e comportamentos do ser humano em vários aspectos, criminal, patológico, alimentar, mas como gosto muitooooooo de falar sobre amor, é assim que irei descrever, as divergências amorosas que tão quer expressar seu amor quanto se quer se expressar sendo amada. É quem acorda primeiro que dá bom dia! É quem não tem tempo que deve se organizar e encontrar. É quem está sempre ocupado que deve com mais frequência se propor. É quem ama menos que precisa tentar amar mais. É quem está em dúvida que precisa perguntar e se decidir. É quem dorme primeiro que deve dar boa noite. Só se dá adeus quando não se houver mais. Só se diz te amo quando se ama. É dever ser quem um dia se foi constantemente. É covardia ser o que se foi e sem motivo não querer ser mais. É covardia não querer terminar, mas economizar no diálogo. É covardia achar que o momento certo é o seu momento. Ninguém merece ser traído assim como não gostaria de que com você fosse assim.
Todas as pessoas falam mais do que fazem. Importante quanto a isso é falar e quando fazer, fazer como falou. O que muito raro acontece, pois as vezes falamos para planejar e agimos de outro para conquistar. Pouco importa o falamos e o que faremos. O que importa é o que queremos e o que precisamos fazer para conseguir. Queremos receber um inédito bom dia mesmo acordando primeiro. Queremos receber um boa noite mesmo sabendo que dormimos primeiro. Queremos ser amados para quem sabe conseguirmos amar também, esse é o propósito. Se já amamos, ótimo. Se ainda não, que o outro nos faça e se nós no fim não chegar a amar como gostariamos, não sei, sei apenas o que quero, amar e se para isso eu precisar me contradizer eu irei porque pelo que quero isso vale apena. Esqueço que quando amo gosto de ser amado e se não for assim sofro; acho injusto e indelicado. Eu preferiria a verdade, a sinceridade, do que o tempo passar, pois assim um dia direi que fui enganado. ERRADO! O outro estava apenas esperando você fazer ele te amar, o que não aconteceu e te dispensou.
O homem se engana demais, no amor, na família, no crime, na violência, na política, o homem é corrupto por natureza. Se corrompe a todo instante pelo desejo. Por querer. Não importa a lógica. Não importa as regras. O que eu quero é ser feliz custe o que custar. Ninguém percebe essa falha em si mesmo. Ninguém enxerga essa podridão que é o teu amor politicamente correto. O teu ledo engano. O teu grande engodo. Pelo que você quer você se vende. Você se perverte. Você trai seus próprios princípios e faz dos seus ideais um camaleão que muda de cor, que muda de tom, que faz qualquer coisa bastando querer.