Pensei em viajar para esquecer o mundo, mas lembrei que onde eu estiver o mundo estará.
Para onde for ao descer pelos degraus eu verei o mundo ali espalhado. Haverá sorrisos para todos os lados.
Mesmo que numa latitude oposta, e mesmo a quilômetros de ontem eu partir o mundo continuará sempre abaixo dos meus pés.
Estarei sempre afetado. Estarei sempre constrangido. Estarei sempre sofrendo. Estarei sempre disponível a sorte e ao azar de viver.
Os afetos sempre existirão até no fundo do ambiente mais escuro da terra. Em nossa inconsciência, de lágrima em lágrima, o ódio brotará.
Os bons encontros não serão lá onde não se enxerga em catálogo algum. A vontade de agir e de se inventar está independente do espaço em nossos corações.
Não parece racional, e nem deveria, mas o coração é o maior mapa. A capacidade de ser feliz está nos bons encontros e nas relações que estabelecemos com o mundo.
Quero fugir, mas não posso. Para onde quer que eu vá deverei ter forças que não tenho nem lá nem aqui. Mas a vida não para de nos relacionar com mundo.
Por isso a importância de viver, sejam momentos bons ou ruins, essas são nossas relações que nos justificam em vida. Afetar e ser afetado. Chorar e sorrir. Amor e ódio.