5 de julho de 2018

Um por todos. Todos por um.

     Faces compõem nossa opinião. Quando somos maus não somos bons, mas numa expectativa absurda qualquer sobre aquilo em que acreditamos na vida, seremos os dois, alternadamente ou não, e num plano maior a outros destinatários, olhando por cima, ora seremos insignificante ora seremos magníficos.

     Somos um mundo dentro de nós. Giramos a nossa volta e repercutimos o mesmo efeito girando outra vez em volta ao mundo que criamos usando o mundo que somos. Visões periféricas mudam nosso humor repentinamente, polarizando nossa mente. Quando não queremos ao raiar do sol pular pela janela do que vemos lá fora, abrir e respirar fundo o cotidiano já bastará até pelo menos o tédio do meio-dia.

     Insatisfações involuntárias; coincidências de ontem; imprevisibilidades do amanhã. Tudo muda a nossa volta e os espaços são governados por aquilo que não vemos. Essa dúvida nos orienta imperceptivelmente ao nosso próprio caos. A questão gloriosa está em tentar, em querer, pois vale apena analisar os afetos antes de se arrepender ou de surtar. Compreender os lados e interesses, visualizando o que há em comum, esse é o papel da nossa cognição.

     Nossos amigos, nossa família, a idade que avança riscando a nossa pele. O medo próspera, mas o orgulho nos coloca em colisão. Ponderamos a fala e esquecemos dos gestos. O contexto diz quem somos e as reações do mundo revelam nosso engano. A difamação é um receio de não sermos o que queremos. A fofoca não é tão branda, sendo também uma outra angústia, caberá sempre a um propósito.

     Não somos bipolares. Somos um conjunto de infinitos pontos. Nossos segredos serão revelados, neste mundo ou no outro, e faremos política porque o que queremos a todo custo é simplesmente ser feliz. Não sabemos onde, não sabemos quando, mas traição também é amizade, depende em que ponto estaremos. Fazemos crítica como fazemos risada e caminhamos juntos, uns não se percebem, outros se percebendo tanto ao ponto de se destruírem. Mas sem grandes vícios não haverá grandes virtudes e viver sem planejar pode ser tão frustrante quanto planejar tudo e nada dar certo.