Faces compõem nossa opinião. Quando somos maus não somos bons, mas numa expectativa absurda qualquer sobre aquilo em que acreditamos na vida, seremos os dois, alternadamente ou não, e num plano maior a outros destinatários, olhando por cima, ora seremos insignificante ora seremos magníficos.
Somos um mundo dentro de nós. Giramos a nossa volta e repercutimos o mesmo efeito girando outra vez em volta ao mundo que criamos usando o mundo que somos. Visões periféricas mudam nosso humor repentinamente, polarizando nossa mente. Quando não queremos ao raiar do sol pular pela janela do que vemos lá fora, abrir e respirar fundo o cotidiano já bastará até pelo menos o tédio do meio-dia.
Insatisfações involuntárias; coincidências de ontem; imprevisibilidades do amanhã. Tudo muda a nossa volta e os espaços são governados por aquilo que não vemos. Essa dúvida nos orienta imperceptivelmente ao nosso próprio caos. A questão gloriosa está em tentar, em querer, pois vale apena analisar os afetos antes de se arrepender ou de surtar. Compreender os lados e interesses, visualizando o que há em comum, esse é o papel da nossa cognição.
Nossos amigos, nossa família, a idade que avança riscando a nossa pele. O medo próspera, mas o orgulho nos coloca em colisão. Ponderamos a fala e esquecemos dos gestos. O contexto diz quem somos e as reações do mundo revelam nosso engano. A difamação é um receio de não sermos o que queremos. A fofoca não é tão branda, sendo também uma outra angústia, caberá sempre a um propósito.
Não somos bipolares. Somos um conjunto de infinitos pontos. Nossos segredos serão revelados, neste mundo ou no outro, e faremos política porque o que queremos a todo custo é simplesmente ser feliz. Não sabemos onde, não sabemos quando, mas traição também é amizade, depende em que ponto estaremos. Fazemos crítica como fazemos risada e caminhamos juntos, uns não se percebem, outros se percebendo tanto ao ponto de se destruírem. Mas sem grandes vícios não haverá grandes virtudes e viver sem planejar pode ser tão frustrante quanto planejar tudo e nada dar certo.