Não sou aquele que por ser romântico (normalmente vem de brinde a intolerância) facilmente cativa as mulheres com sua maquiavélica cordialidade.
Aquele homem rico, em regra prepotente, que domina rapidamente as meninas, ostentando sua capacidade financeira de comprar alegrias.
Aquele cara fingido, geralmente um coitado, que persuade elas de tal forma tão eficiente, mas tão ineficaz ao final.
Até gostaria, mas não sou aquele garoto inteligentíssimo, de gênio forte, que simpatiza e encanta exatamente quem ele se quer imaginava que fosse a que tanto queria: menino de sorte!
Não sou aquele homem completamente astucioso, quase sempre egocêntrico, que se debruçar nos detalhes da balada ou da festa no intuito fugaz de beijar todas ou as mais difíceis e se angariar diante dos demais.
Aquele rapaz másculo de acadêmia, quase sempre um narcisista de batata doce, que excita e umedece os corações das moças por aí.
Também não sou aquele moço belo, às vezes de caráter simples, que estimula a imaginação fértil das garotas por onde passa.
Aquela figura bem apessoado, de um exuberante estilo e majestoso visual, que mexe com a criatividade delas e as fazem imaginar o que há por trás de tanto bom gosto.
Também não sou pragmático, bitolado em meu trajeto certo de vida, que seduz qualquer uma que encontra a mudar de vida segundo seus próprios caminhos.
Talvez o meu excesso seja saber exatamente quem sou. Aquele que não conquista alguém por exacerbação de especialidade.
A conquista é semelhante a uma obra de arte. Você simplesmente faz sem se importar com as críticas e rejeições ou com os aplausos e homenagens. Você faz por que é a sua vida. Seu sentido de viver nela.
Você se entrega como um pássaro que se joga na tinta azul do céu e rasga as nuvens, como dentes que puxam pedaços de algodão doce ao prazer do céu da boca.
Você da importância a ela como um árbitro da a um final de campeonato. Percorrerá próximo a todos os lances sem nenhum escapar da sua aguçada responsabilidade. Andará de tanto cansaço, mas jamais sentará.
Você a quer como um vaso quer o chão. Como um aquário quer os peixes, senão estará sozinho e esquecido como um tupperware velho.
Você se esforça como uma joia que por milhares de anos se lustrou na terra.
Você a deseja como um beija-flor faminto, dançando no ar.
Você a observa como um gavião do alto do inferno e sonha pela tranquilidade de seu paraíso.
Quando eu me interessar por você e você por mim, saiba que o meu interesse será uma necessidade, não como a de um pulmão que não vive sem ar, mas como a de um livro que não existe sem uma história.