20 de abril de 2017

A Noite do Sol

     No máximo criaremos uma definição profundamente íntima com base em sentimentos que tivemos pelos outros no decorrer da vida. Teremos em breve uma referência pessoal clara sobre o amor. Nossas próprias experiências nos trará significado e transformaremos isso em convicção, em expectativa. Convicção do que é amor: se é encanto, se é trauma. Expectativa do amor: se é prazer, se é desgosto. Mas e se o amor fosse apartado de nossa matéria, vendo de longe ele como substância e saber que não fará mais parte da nossa composição fraca, inerente até então sobre a nossa forma de agir e de pensar. Se pudéssemos olhar o amor sem se influenciar pela inveja, sem babar, possivelmente compreensivo, observando pelo todo. Entender perfeitamente os fenômenos que não reagem, os olhos explicam onde o toque torna-se fútil, como a boca quando chupa fora do tempo. Quando tudo é um sinal, um convite, quando tudo conspira, até as unhas confundem. Quando temos certeza que enlouquecemos, mas no fundo estamos no caminho, sendo bom o ruim, certo ou errado, é um caminho. Alguém , sempre, estará ao nosso lado, ou próximo, tentando pouco, ou insistindo muito para que mudemos nosso rumo. Podemos julgar como amor? Como ciúmes? Como cobiça? Ou que estamos de fato ficando loucos? Que as roupas não são gibis, que o perfume não é só para os perdedores, porque melhor que o cheiro é o sabor. Melhor que suspirar é lamber. Melhor que mentir não é nem contar a verdade, é fazer a verdade. Quando dá vontade de ser , de enfrentar , não pra se mostrar , mas pra viver até o fim, até onde ninguém viveu o bastante pra voltar, e assim como todos um dia, ir conhecer o que ninguém sabe, pois será, até o momento, o maior desafio, a maior prova de amor que ninguém teve por ti, só você é quem seria capaz , já que não sabemos o que é, a última forma de tentar definir o que tão pouco importa na real das vontades, nem se pode saber de verdade, porque tudo indica sempre que não haverá sucesso tão rápido , talvez tão rápido quanto a vida. Não é curiosidade de sedentário, é consciente acelerar, antever sem planejar. Descobrir que é possível pensar no que ninguém poderia, no inédito, e desenvolver a linguagem, mas se frustrar por também perceber que todos pensam bem antes que você, que não é novidade o campo do qual você normalmente agora contente corre. Está além de fazer uma mulher gozar, está além de fazer o homem se excitar na sua pior condição. Está além de sentir orgulho por enganar, não rola, não é mérito, mas também não é legal posar de íntegro só por ser virtude. Está além de sorrir com as sobrancelhas, está além, muito além de falar, de ser criativo, de improvisar, de ser sincero, de contar a mais pura verdade achando fazer algo legal. Não é só se afastar depois de tanto procurar. O amor pode ser tantas coisas, desde coisas que podemos inventar até coisas que podemos no máximo imaginar e, quem sabe, estar profundamente correto.