20 de abril de 2017

Suco em Pó

     Os espaços virtuais até podem provocar evoluções relevantes às relações humanas, todavia, mata a realidade unilateral da qual vivíamos desde milênios. O que era sagrado foi corrompido pela forma dualista que a rede proporciona a antiga convivência pé no chão fortemente estruturada pela necessidade de sobrevivência. Mas sobre(viver) agora é relativo não quando questionamos como, mas onde. Onde? Se um dia desejávamos abraçar a vida, hoje por mais que tenhamos condições para isso, não teremos todas a evitar que ela (vida) escorra por entre nossos dedos contorcidos. A demência sadia é resultado desse esforço em se estabilizar no vácuo alcançado pela consciência fertilizada com as mídias de massa. O espaço geográfico (mecânico a esmagar nossos ossos e pele) por onde nossa "alma quase penada" vaga é incomensurável tal como nossa vontade de se auto preservar, manutenção do corpo e agora da mente para resistir o tempo e o pó, a expectativa de um futuro promissor que minimamente nos traga respostas ou fixe-nos nas nuvens que não conseguimos em nossos sonhos tocar. Nossas amizades, nossas famílias, se reinventando maquiagem sobre maquiagem ao passo de construir novas formas artificiais de subsistência, para se adequar em si ao mundo por prestígio, o que chamamos de vaidade, não ficando para trás. É necessário se drogar de bom senso e fazer "bonito", depois permitir que o tudo se perca como uma noite alucinante suficiente a causar histórias de vantagens, enredos das rodas de bar. Nosso compromisso com o outro é estável demais diante da vitrine lotada de opções gratuitas. Está muito fácil ser "feliz". Onde?